viernes, 12 de junio de 2009

O veloz tempo

“Do manual de matemática existencial: a taxa de velocidade é diretamente proporcional à intensidade do esquecimento. Existe um elo secreto entre lentidão e memória, entre velocidade e esquecimento.” Milan Kundera

São com essas palavras que entro no universo da internet. A web é uma infinita fonte de informações. É impossível calcular quantas novas notícias, quantos novas postagens em blogs foram postas online durante esse tempo em que escrevo o primeiro para esse blog. Do jeito que eu me enrolei, devem ter sido informações para um milhão de teses de doutorado. Será? Quantidade nunca foi qualidade (para ter pelo menos um chavão nesse texto). Além disso, junto com a velocidade vem uma data de validade reduzida. Se o jornal de ontem serve hoje só para embrulhar o peixe, o post teria quanto de vida útil? Claro que sempre há excessões à regra. O que cria essas excessões é a intesidade. Uma noite intensa fica guardada na memória. Um relacionamento intenso, mesmo que só de alguns meses, é inesquecível. Algo parecido pode acontecer com uma reportagem. Aquela que deixa uma marca na memória, não para sempre, mas que faz refletir por horas, dias, aquele assunto incômodo ou surpreendente. Não recordo de nenhuma matéria lida na internet que me marcou. Talvez o excesso não nos deixe concentrar o raciocínio em um assunto, que mesmo merecedor de atenção, acaba não tendo. A parte biológica da memória fica para um outro post. Tenho que conversar com uma amiga médica para isso. Mas antes quero deixar um desafio. Ao invés de um recado no orkut, tente ligar para a pessoa. Em vez de conversar pelo msn, convide para um café. Converse pessoalmente. Acho que estamos perdendo a capacidade de conversarmos olho no olho, mas essa já é outra teoria e fica para um outro dia.

1 comentario:

Jéssica Butzge dijo...

Falava eu sobre isso esses dias. A informação é tanta e chega de uma forma tão rápida que a gente acaba se perdendo em meio a esse amontoado de bytes. É como se o que verdadeiramente importasse não tivesse seu devido valor.. Ou não possuísse tempo o suficiente pra ficar. Nada mais fica. Só passa. E não passam de algumas palavras borradas que são esquecidas assim que se fecha a janela. A janela do computador, do tempo, a janela da alma. E essa bosta de internet parece atrapalhar e tornar as coisas e pessoas mais efêmeras do que deveriam. A vida vai passando e levando o que importa, rápido demais.
Continue postando.
Beijinho.