miércoles, 29 de julio de 2009

GRIPE SUÍNA X GRIPE COMUM: Round 1

"A gripe comum é mais letal" diz a revista Veja de domingo, argumentando que apenas 33 mortes foram causadas pela gripe A (vamos deixar o coitado do porco de fora da história) nos últimos trinta dias (achei que hoje eram 40, mas descobri que já são 56). A justificativa dada é a de que 4500 pessoas morreram ano passado por causa da gripe comum, segunda dados do Ministério da Saúde. Mas há uma diferença entre matar mais e ser mais letal. A gripe comum atinge o país inteiro, todas as pessoas de qualquer cidade podem contrair a doença. Já a gripe A acaba de chegar ao país e, segundo um estudo publicado na Folha, pode atingir de 30 a 60 milhões de pessoas nos próximos três meses. Enquanto isso, o Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, no programa do Jô se gabava de ter armazenado o princípio ativo para produzir remédio suficiente para tratar um milhão de pessoas. Chamado Tamiflu, esse medicamento está esgotado para a venda pelo fabricante. Além disso, dizia que não é importante saber se se está com a gripe A ou não, qualquer pessoa que se encaixe no grupo de risco e apresente os sintomas será imediatamente tratada. Nada mais certo, mas o que acontece com os outros milhões de pessoas que ficarão sem o medicamento? Ainda mais agora que se percebeu que "a nova gripe é mais letal em jovens e adultos, alguns sem problemas de saúde anteriores", como descrito na Veja. Será que não é melhor admitir que ainda não existem informações concretas sobre o fato a tentar criar uma tranquilidade que pode vir a ser irreal? Só sei que ouvi muitos avisos de minhas tias nesses últimos dias, uma patologista e a outra infectologista, "lave bem as mãos e muito cuidado com quem está tossindo. Não cai nessa de que é rinite".

lunes, 27 de julio de 2009

Sarna, sarna, Sarney

Estava lendo uns jornais velhos, hábito que criei para desmentir a história de que no dia seguinte nosso trabalho só serve para embrulhar peixe. Mentira. Também serve de banheiro para milhões de cachorros pelo mundo afora. Brincadeiras à parte, verdade seja dita. De 70 a 80% do que há em um jornal de “antontem” é inútil, mas serviu para me lembrar de um tema tão em alta ultimamente: o excelentíssimo ex-presidente Sarney. Ex-presidente do Brasil porque a presidência do Senado ele não larga de jeito nenhum. É pior que a minha pitbull brincando de puxar com a almofada da sala. Ele diz ser perseguido pela mídia. E é verdade! Sarney é o novo alvo das denúncias de corrupção, mas não por marcação da mídia. É só porque é muito fácil. O investimento para apurar algum podre do “último dos nosso coronéis” (até parece) é ínfimo. Os caras conversam, pedem emprego, negociam cargos, ou seja, praticam corrupção, descaradamente. É pelo celular, pelo telefone do gabinete do Senado, se bobear, teve até um msn ou um twitter na história. Você jornalista político: frequente a mesma churrascaria que os Sarney e sente ao lado da mesa do senador, vai ter matérias de denúncia para a semana inteira. E aí, alguém aposta que isso vai acabar em alguma coisa que não seja pizza? Até a velhinha de Taubaté admitiria que ele errou. Mas, esperançosa, saberia que ele vai mudar com esse erro e corrigir suas ações para retomar... como ele dizia mesmo? Seu "histórico político jamais maculado".